Como Redes Sociais Impactam a Saúde Mental e a Percepção Sobre Si Mesmo


 

Você sabe a diferença entre autoestima e autoimagem?

A autoimagem esta ligada a forma como nos enxergamos e como se percebemos, estando mais ligada a um aspecto físico. Já a autoestima representa o que sentimos em relação a nossa autoimagem.

Segundo Riso, a autoestima tem quatro pilares importantes que são constituídos pelo autoconceito, autoimagem, auto reforço e autoeficácia.

O autoconceito é a forma como se pensa a respeito de si mesmo, sendo assim você decide a forma como quer ser tratado, compreende seus limites e suas exigências, tendo consciência pela escolha de se amar ou não. A autoimagem é a avaliação que fazemos do nosso próprio corpo e de nós mesmos, assim permitindo que definamos nossa própria ideia de beleza. Ela vai além da aparência física, desafiando-nos a valorizar e aceitar quem somos, mesmo diante das dificuldades.

O auto reforço é o hábito de reconhecer e valorizar nossas qualidades e conquistas. A ausência desse reconhecimento pode gerar frustração e nos tornar menos capazes de enxergar nosso valor, afetando diretamente nossa felicidade e bem-estar E por fim  a autoeficácia, que é a confiança e convicção de que é possível atingir os resultados esperados, ou seja, sendo uma opinião positiva sobre si, a confiança na nossa capacidade de alcançar os resultados desejados.

Nos dias atuais a insatisfação com a autoimagem tem se tornado cada vez mais comum, em grande parte devido a influência da mídia e das redes sociais que com a divulgação de forma maciça de padrões de beleza e rotinas cada vez mais utópicas, assim associando o ideal de felicidade a aparência, ao corpo e ao status, essa pressão constante é uma das causas do aumento de vulnerabilidades na saúde mental, incluindo transtornos alimentares. Estudos revelam que o tempo excessivo de uso das redes sociais pode estar relacionados com possíveis fragilidades na saúde mental e causando impactos negativos da autoimagem.

A volta da estética dos anos 2000, trazendo a tona novamente a magreza excessiva e inalcançável apenas reforçou a pressão deste padrão, recaindo principalmente nas mulheres. Dados do British Journal of Psychiatry e do Journal of Eating Disorders indicam um aumento significativo nos casos de internações hospitalares e emergências médicas relacionadas a transtornos alimentares durante a pandemia, destacando o impacto que os padrões estéticos têm sobre a saúde mental.

 A distorção da autoimagem é uma característica central de muitos transtornos alimentares. Pessoas que sofrem com esses transtornos frequentemente possuem uma visão irrealista sobre si mesmos, alimentada por padrões irreais promovidos por celebridades e influenciadores. Muitas das imagens exibidas nas redes sociais são manipuladas, criando uma ilusão de perfeição que agrava a autocrítica e estimula comportamentos nocivos, como dietas extremas, compulsão alimentar e o uso de substancias perigosas para emagrecer.

O livro O Mito da Beleza de Naomi Wolf fala muito sobre essa construção social dos padrões de beleza e o impacto negativo que esses ideais tem sobre as mulheres. No livro ela argumenta que a beleza é uma ferramenta de controle social que mantem as mulheres focadas em sua aparência, assim desviando sua atenção de questões mais importantes, como o desenvolvimento intelectual, a carreira e o empoderamento pessoal. Ela descreve como os padrões de beleza não são apenas inatingíveis, mas também manipulados pela mídia, indústria da moda, publicidade e até pela cultura popular, para perpetuar um ciclo de insegurança e autocrítica.

Esses padrões são a base de uma pressão psicológica que pode levar a transtornos alimentares, distorções graves da percepção de si mesmo e até mesmo afetar relacionamentos interpessoais, criando barreiras na comunicação e na intimidade, além de comprometer a produtividade e a qualidade de vida.  A reflexão sobre o "mito da beleza" nos permite questionar esses padrões e buscar um equilíbrio entre a autoimagem e a autoestima, promovendo uma abordagem mais saudável e realista para a relação com o corpo e a mente.


Obrigada por ler até aqui <3


E lembre-se que quando aprendemos a valorizar quem somos além dos padrões, encontramos a verdadeira liberdade de ser e nos amar por completo.

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